Trajetórias sociais e educativas nas infâncias migrantes venezuelanas: uma revisão sistemática (2015-2022)

Resumo

O campo da migração e as suas ligações com a educação constituem um cenário significativo para a pesquisa académica. As reflexões contidas neste artigo centram-se em documentos que analisam a migração de meninos e meninas, aprofundando-se no campo das percepções sobre os problemas associados ao seu deslocamento e chegada às comunidades de acolhimento com base no conceito de trajetórias e como o fenômeno da imigração constitui problemas sociais e públicos que afetam os cenários escolares nos países receptores. Este artigo resulta de uma revisão sistemática da literatura, cujo objetivo foi a caracterização de documentos que apresentam resultados de pesquisa sobre o estudo das infâncias migrantes. A revisão documental foi realizada sob a metodologia PRISMA 2020, para este processo foi realizada uma busca extensa de publicações onde foram analisados ​​artigos, relatórios de ONGs e teses sob critérios de inclusão e exclusão que permitiram obter informações sobre as crianças em situação migratória no contexto do último êxodo venezuelano desde o ano 2015. Os estudos relacionam pesquisas conceituais sobre a infância migrante, a compreensão dos meninos e as meninas na sua jornada migratória com os problemas derivados do deslocamento forçado a que foram submetidos e as relações que surgem com as trajetórias sociais dessa população com relação à educação. Em conclusão os documentos demostram como o impacto da migração venezuelana afeta os ambientes escolares e as trajetórias sociais das crianças que migram, também explicam como é apresentada uma relação direta entre as infâncias dos migrantes e a vulnerabilidade. Além disso, consideram a construção social da integração escolar das crianças migrantes como um problema público para as sociedades de acolhimento.